Já faz alguns dias que venho pensando sobre a influência que as pessoas tem sobre as outras, e sobre como a sociedade vem formando cada vez mais influencers/influenciadores na internet sem um pingo de responsabilidade sobre aquilo que eles oferecem.
Venho pensando também sobre a diferença do começo da internet, na época do msn e orkut para o tempo de agora, em como as coisas mudaram tão rapidamente e de maneira tão sem controle.
Hoje em dia, podemos dizer com tranquilidade, que grande parte das pessoas são viciadas em redes sociais, viciadas de verdade, que não conseguem passar um dia inteiro ou uma semana sem dar uma checada no seu smartphone.
Pra ser bem sincera, eu venho querendo ser o mais low profile possível, mas vou explicar meu raciocinio ao longo desse texto, não na tentativa de te convencer a fazer o mesmo mas de abrir o debate sobre a vida offline.
Meus projetos de vida
Eu costumo dizer que sou uma adolescente sonhadora, que ainda tem uma vida inteira pela frente para testar e decidir o que quer fazer, apesar de eu já ter quase 30, me sinto exatamente da maneira que eu me sentia no inicio da minha jornada no mundo adulto; (Pra falar a verdade, ainda não me sinto experiente nesse mundo. Alguém já tem um manual?)
Enfim, assim sendo, eu tenho várias metas e objetivos, além das coisas que gostaria de experimentar pelo menos uma vez na vida, então, recentemente resolvi chamar tudo isso de projetos que resumem o meu projeto de vida que é: viver.
Digamos que viver é o meu grande TCC e tudo que eu fizer nesse meio tempo, são projetos semestrais.
Pra quem já fez ou faz faculdade ficou fácil de entender para quem ainda não teve essa oportunidade, vou tentar resumir de outra maneira:
Viver a vida é o grande projeto, a meta principal, e todos os meus outros objetivos são pequenos projetinhos dentro desse projeto maior.
Então a primeira coisa que fiz, foi sentar com meu noivo numa noite e definir tudo que queremos da vida nos proximos anos, tanto em conjunto como individualmente (posso fazer um post só sobre isso, pois foi bem inspirador e divertido), independente das dificuldades ou do dinheiro envolvido, só dissemos tudo que queriamos para os próximos anos, imprimimos imagens que remetesse à esses objetivos e colocamos num mural.
Estavam definidos então os projetos nos quais vamos nos dedicar para tornar realidade, uma motivação para irmos todos os dias trabalhar ou estudar.
Logo chegamos a conclusão que: Poxa, são muitos! rsrs.
Para atingir esses projetos, tudo que a gente mais vai precisar é de: Tempo e Dinheiro.
Dinheiro, a gente vai correr atrás, seja trabalhando, estudando para ganhar mais e até conseguindo outras fontes de renda, mas e o tempo? É impossível ter mais de 24 horas num dia para fazer tanta coisas.
Foi aí que eu comecei a perceber o quanto de tempo eu disperdiço em redes sociais, seja querendo entender alguma fofoca recente, o que aconteceu no BBB ou até quais são os trending topics do Twitter.
Sempre que eu acordo, pego meu celular para desativar o alarme e já começo a verificar todas as notificações desde que deixei o celular na cabeceira da cama.
Durante o trajeto até o trabalho, ao invés de ler um dos 30 livros da minha meta deste ano, resolvo dar mais uma acompanhada no Instagram e no Twitter.
No trabalho a minha unica distração é o Whatsapp, mas em momentos de pausa de café ou banheiro, fora isso estou quase sempre focada nas tarefas que tenho que cumprir, aí vem a hora do almoço e após terminar a refeição, tenho pelo menos mais 30 minutos de interação social.
No trajeto de volta, acontece o mesmo da ida, Instagram/Twitter.
Chego em casa e mereço descansar, logo vou fazer isso acompanhada do celular.
Depois faço as atividades de casa, me preparo para dormir e vou seguir a rotina do dia anterior.
É um looping das mesmas coisas.
Foi monitorando esse ciclo que percebi que não tenho feito os exercicios fisicos que gostaria, que eu não gasto muito tempo preparando minhas refeições, que eu não leio e nem consumo séries ou filmes que me interessam, não me dedico aos estudos, ao canal no Youtube, à este blog mas principalmente eu não invisto muito tempo nos meus projetos de vida.
Isso precisa mudar.
A virada de chave
Num rompante de produtividade peguei para ler, um dos livros que está à mais tempo na minha lista de leituras, ele se chama “O poder do hábito” e é um estudo interessantissimo sobre como as pessoas criam e mudam hábitos e como eles podem afetar a vida de cada individuo e até, em grande escala, da sociedade num geral.
Ele mexeu muito comigo, me fez entender muitas coisas e em breve pretendo trazer uma resenha mais completa por aqui, mas tem essa mini resenha que fiz no Skoob, onde fica evidente o quanto ele mudou algo no meu modo de pensar.
Um tempo depois, resolvi ceder à curiosidade e assistir ao documentário da Netflix, chamado “O dilema das redes” e foi o complemento perfeito ao aprendizado que o livro me deu.
Esse documentário é feito em grande parte por ex colaboradores ou cofundadores das grandes redes sociais.
São pessoas inteligentissimas que estavam no momento em que a internet mudou e viram, de camarote, quando começaram a perder o controle da criação deles.
É basicamente um Frankestein, um monstro que tinha um objetivo quando foi criado, mas ficou maior que seu criador.
Em breve, vou falar somente dele num post crítica mas enquanto ele está bem fresquinho na minha mente, vou falar sobre os sentimentos que ele acrescentou na minha vontade, já antiga, de deixar as redes sociais.
Resumindo bastante, eles mostram de maneira bem ilustrada, como os algoritimos dessas redes sociais funcionam para te prender o maximo possivel e isso me pegou fortemente, isso porque elas foram feitas para:
1. Te fazer passar o máximo de tempo possível nelas para que:
2. Você gaste seu dinheiro em produtos/serviços que eles te oferecem no tempo em que passa nas plataformas.
No fim, tudo se resume a lucro.
Alguns desses colaboradores, começaram a se preocupar com as pessoas que estavam por trás das telas, em questões de saude mental, saude financeira e principalmente na sociedade num geral, já que a tecnologia está avançando à passos largos e a mente das pessoas, não acompanha essa evolução tão rápida.
Então, começaram a falar sobre isso em todos os lugares, na esperança de que a sociedade perceba o quanto a forma com que são tratadas pelas empresas de tecnologia as afetam e para que isso tudo seja revisto e fiscalizado.
Duas frases presentes nesse documentario resumem bem o que eles querem dizer e como somos vistos pelas empresas do setor.
Se você não está pagando pelo produto, então você é o produto
Existem apenas duas indústrias que chamam seus clientes de usuários: a de drogas e a de Software
Tudo isso se encaixou na minha mente e fez um clique, deu o estalo que precisava para agir.
É assustador como não passamos de dados, para atingir objetivos financeiros, em como eles manipulam as cordas para nos guiar onde queremos.
Não vou ser hipócrita de dizer que não existem vantagens absurdas na tecnologia, que facilitaram demais a nossa vida, mas precisamos nos lembrar constantemente que a vida acontece fora da internet, que ela deve ser apenas uma ferramenta.
Recomendo muito, que se você ainda não assistiu esse documentario, que o assista e volte aqui para dar sua perspectiva, contar sua historia e quem sabe se inspirar nesse meu novo projeto.
Como será meu uso das redes
Se estou falando desse assunto dentro deste blog, significa que me vejo como blogueira, na mais pura versão da palavra: a dona de um blog.
Eu sou uma pessoa comunicativa que ama compartilhar assuntos que acho interessante, seja através de textos ou de vídeos, logo, falar mal da internet onde isso tudo é mais viável de atingir alguém, parece hipocrisia.
Como eu já deixei claro ali em cima, estou precisando de tempo para focar em mim e nos meus projetos e alguns deles envolvem conteudo na internet, mas agora tenho mais proposito no que pretendo fazer, quero gerar conteudo de maneira responsavel, falando sobre assuntos que podem ou não mudar a vida das pessoas, ou que podem abrir uma discussão.
Posso falar de produtos também, mas na intenção de dizer se vale ou não o seu dinheiro através da minha experiência.
Tenho flertado bastante com a ideia do minimalismo, mas pretendo estudar um pouco mais para enxergar mais proposito do que fazer por que é uma “tendencia” na internet.
Dessa forma, decidi apagar todos os aplicativos de redes sociais do meu celular, deixando apenas algumas: Youtube, Pinterest, Skoob e Twitch, sendo que eu desativei as notificações de todas elas, alem das notificações de todos os outros aplicativos restantes, com exceção do meu e-mail e do Whatsapp.
Mas eu não desativei as minhas contas, porque dessa forma eu posso usar quando sentir vontade ou quiser entrar em contato com alguém especifico.
No dia 28/04, irei fazer uma cirurgia que provavelmente me dará uma semana de repouso para me recuperar e vai ser um pouco impossivel não consultar as redes em algum momento desse periodo, mas pretendo focar em outras coisas (Posso fazer um post sobre isso, caso queiram), veremos se sentirei muita falta, tal qual uma viciada ou se vou me adaptar e me apaixonar de volta pela minha própria vida e suas diversas fases.
Eu nem sei se consegui chegar em algum ponto nesse post, espero ter aberto a mente de vocês para a possibilidade tentar uma vida mais offline, mas no fundo eu espero mesmo que vocês assistam ao documentario e até leiam o livro e possam sentir o mesmo que eu senti.
Existem diversos estudos sobre os maleficios das redes sociais, em como elas afetam nossas vidas, nossa interação social, nossa saúde mental (Nunca cresceu tanto o indice de ansiedade, depressão e suícidio) e principalmente como isso afeta a geração que está crescendo num cenário completamente digital, que nunca soube como era a vida sem internet, brincando na rua e tendo contato apenas com problemas da própria idade, sem comparações malucas da imagem delas mesmas com filtros e até opções de cirurgias plasticas que as deixem parecidas com um padrão de “beleza ideal”.
Vou ler e consumir mais materiais sobre esse assunto, vou continuar vindo aqui para falar desse e de outros assuntos, ainda mais agora que vou ter tempo disponivel para desenvolver mais a escrita nesse nosso cantinho compartilhado.
Nos vemos no próximo, um beijo e até lá.