Crítica | É assim que acaba

Vale a pena assistir essa adaptação literária?

por Jenyffer Dias

No dia 08/08/2024, ontem, estreou nos cinemas o filme é assim que acaba, baseado no livro de mesmo nome da autora Colleen Hoover, uma das autoras mais lidas dos últimos tempos.

 

E eu conferi o filme na sua estreia e vim compartilhar minha opinião com vocês (amanhã tem vídeo no canal também hein)














DADOS TÉCNICOS

Onde assistir: Cinemas (por enquanto)
Duração: 2h10
Classificação indicativa: 12 Anos.
Gênero: Drama/Romance
sinopse: O romance conta a história de Lily Bloom, uma mulher que supera uma infância traumática para começar uma nova vida em Boston e perseguir o sonho de sua vida de abrir seu próprio negócio. Um encontro casual com o charmoso neurocirurgião Ryle Kincaid desencadeia uma conexão intensa, mas à medida que os dois se apaixonam profundamente, Lily começa a ver lados de Ryle que a lembram do relacionamento de seus pais. Quando o primeiro amor de Lily, Atlas Corrigan, reaparece repentinamente em sua vida, seu relacionamento com Ryle é abalado, e Lily percebe que deve aprender a confiar em sua própria força para fazer uma escolha impossível para o seu futuro.














TRAILER














OPINIÃO

Como sempre digo, é muito difícil falar de uma obra adaptada sem mencionar a sua origem, nesse caso é ainda mais difícil para mim, porque eu não sou a maior fã desse livro. Não me entenda mal, não é que ele não seja bom, eu só não acho que ele seja o melhor livro sobre essa temática. 
Mas enfim, isso é assunto para a resenha do livro e não para a crítica do filme, certo?

Esse é um filme que vai agradar tanto aos fãs do livro, quanto aos mais desavisados, que foram sem saber absolutamente nada da história ao cinema. 
E isso é uma coisa muito difícil de acontecer com adaptações literárias ultimamente.

A história é narrada, exatamente do mesmo jeito que no livro, intercalando cenas atuais quanto cenas do passado, sendo que nas atuais nós vemos o romance da Lily com o Ryle, a abertura da floricultura, a relação dela com a mãe… 
E no passado, nós vemos sua história com o Atlas, o relacionamento dela com o pai, seu amor por flores e o amor do atlas por culinária…
Tudo isso, para que no presente, as duas versões se esbarrem no momento em que a Lily, namorada do Ryle, se veja novamente diante do atlas, e faça com que velhos sentimentos despertem.

O que eu posso dizer para os fãs do livro, é que vocês irão encontrar uma adaptação bem fiel ao livro, com frases marcantes ditas da mesma maneira, e gerando choque, suspiros e lágrimas do público.
Infelizmente, devo dizer que a química da Lily com o Ryle, é de milhões o que acaba deixando a gente levemente apaixonada junto com ela.
Eles tem momentos fofos, de piadas que tiram nosso sorriso junto com o deles, tem momentos quentes que dão uma leve esquentada, mas nada disso tira mais emoção de nós do que as cenas mais tensas entre eles.
No começo, algumas cenas de explosão de raiva, acontecem muito rápido, deixando em nós uma sensação de que foi rápido e confuso e isso me deixou preocupada em certo ponto, porque parece que a gente não entendeu direito o que aconteceu, que não foi claro que houve alguma violência ali, deixando margem para interpretações sabe? 
Mas passado algum tempo, a Lily pensa de novo nesses momentos, e fala deles em voz alta, e tudo fica muito claro, e poxa… Como dói!
Foi simplesmente genial a maneira que fizeram isso, é realmente como a pessoa se sente…

 

Quem já teve algum relacionamento tóxico, pode acabar se sensibilizando um pouco mais. Na sessão em que eu estive, não faltaram lágrimas, fungadas e barulhos de papel sendo rasgados e até divididos (obrigada a minha vizinha de assento que me ofereceu o papel dela, você foi uma diva ); inclusive, se posso te dar uma recomendação, é que vá com alguma amiga ao invés de namorados/maridos, é uma experiência que une mulheres num geral. 
A sala de cinema era formada facilmente por um público 90% feminino, e foi mágico, simplesmente uma das minhas melhores experiências como leitora e como mulher.

Falando agora dos personagens secundários, temos a Alyssa, irmã do Ryle que se torna a melhor amiga da Lily, ela é simplesmente fantástica, engraçada, de bem com a vida e todas as cenas com ela são de arrancar um sorriso do rosto.
A relação dela com o Marshall, é muito fofa e eles parecem loucos um pelo outro, o casal perfeito.

Temos a mãe da Lily, que aparece algumas vezes, mas que mostra ser uma fortaleza que no fim, serve de exemplo pra Lily (apesar de eu achá-la irritante).

E no passado, temos outros atores fazendo a Lily e o Atlas, e eu fiquei impressionada com a semelhança da garota (Isabela Ferrer) com a própria Blake (Atriz que faz a Lily mais velha);
Infelizmente já não posso dizer o mesmo do ator que interpreta o Atlas mais jovem (Alex Neustaedter), que não tem qualquer semelhança com o Brandon Sklenar, o que inclusive deixou algumas fãs bem decepcionadas.

 

Falando em idade, um ponto que tinha deixado alguns leitores do livro incomodados, foi a idade dos personagens na versão mais velha do filme, visto que todos aparentam ser bem mais velhos do que a idades descritas no livro.
Apesar de já ter sido comentado pela própria autora, vale a pena ressaltar aqui também, que é uma história bem madura e densa, que não condiz com a idade descrita no livro (Ryle Neurocirurgião com vinte e poucos é um pouco forçado).
Eu, sinceramente, não vi qualquer problema nisso e até preferi a versão 30+, faz muito mais sentido com a fase de vida dos personagens.

  • Escolha dos atores85
  • História / Enredo100
  • Personagens secundários90
  • Fotografia90
  • Trilha Sonora100
4/5

Acabei tirando algumas notas, pela questão que mencionei do ator que faz o Atlas mais jovem, que achei não ter muita ligação com o ator mais velho.
Também não gostei muito do figurino (que também já foi uma grande polemica no início das gravações)
Mas principalmente pelo desfecho da história.

Eu sou uma das leitoras que reclama da falta de consequências para o Ryle, depois de tudo que ele fez, ele simplesmente sai andando pela porta da frente com livre acesso a Lily e sua filha, isso não me desce muito bem, nem no livro e nem no filme.

Eu entendo que seja uma história que fala sobre realidade, e na realidade a maioria dos caras sai impune mesmo, mas eu queria que as ficções induzissem as pessoas a falarem, denunciarem e não simplesmente aceitar e pensar “ah, é assim mesmo”.
Claro que esse tipo de filme mostra os sinais, as bandeirinhas vermelhas que devem surgir sempre que uma situação está estranha, mas deveria também ser um incentivo à denúncia.
Enfim, como eu disse antes, isso é pauta para a resenha do livro.
Como uma adaptação, eu acredito que funciona bastante, que é bem fiel, deixa os fãs felizes (se é que isso é possível) e abre as portas para que outros livros da autora e até de outras autoras ganhe espaço no cinema.

Que outro livro da autora você gostaria que fosse adaptado?
Eu torço por Verity, pra deixar todo mundo perturbado no cinema kkkk














OPINIÃO EM VÍDEO

Um beijo, e até o próximo 

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